16 de fevereiro de 2011

O que você faria se um aluno o(a) insultasse no Facebook?

Irritado com a tamanho/quantidade da lição de casa, Donny Tobolski, estudante americano do primeiro ano do ensino médio, escreveu na sua página do FaceBook que a sua professora era uma “gorda que devia parar de comer fast food, e uma escrota”.*

Fez essa postagem do computador da sua casa, fora do horário das aulas, mas a escola aplicou uma penalidade a ele: uma suspensão.

Em sua defesa, a União Americana de Liberdade Civil  considerou essa medida como uma violação do direito à liberdade de expressão do aluno. O diretor da escola - a Mesa Verde High -  anulou então a punição.  O comentário está bloqueado, de acordo com as leis federais e estaduais e o Código de Educação do país. 


O que diz a mãe?  
Em depoimento ao jornal San Francisco Chronicle, a mãe admite que o comentário foi inapropriado e justifica:
“(…) ele estava apenas desabafando, como todo mundo costuma fazer, sentado na grama durante o intervalo”, disse ela. “Alunos sempre vão comentar sobre seus professores. Eu não quero ele falando desse jeito a respeito de nenhuma figura de autoridade, mas não o bastante para um ato disciplinar que ficaria no histórico do garoto. Ele não representou nenhum tipo de perigo, (...)"
O que VOCÊ faria?     Para levantar esta questão aqui no Lousa, publiquei há uns dias uma enquete - obviamente sem valor de pesquisa - apenas para ter uma idéia do que os professores fariam em uma situação semelhante.

Agradeço muito aos 66 educadores que responderam.

Segue o resultado.
  • O que você faria se um aluno seu a (o) chamasse de gorda (o) e escrota (o) no Facebook?
  1. Ignoraria 9 (13%)
  2. Conversaria com ele sobre 17 (25%)
  3. Promoveria debate em sala de aula sobre liberdade de expressão 34 (51%)
  4. Exigiria sua suspensão por 3 dias  0 (0%)
  5. Exigiria retratação via FaceBook  2 (3%)
  6. Postaria mensagem no FaceBook dizendo que ele é sem educação e escrotinho  4 (6%)
Conto com vocês para fazer uma análise -  via comentários -  desse resultado. Mas vou deixando já algumas considerações iniciais:
  • fiquei assustada com o número de educadores - 13% -  que optaram pela alternativa 1: ignorar. Quero acreditar que talvez fosse mesmo por não ter idéia do que fazer, como agir, já que o fato havia acontecido no "virtual" e não no presencial. Inclusive, recebi uma sugestão pelo Twitter pra colocar a opção "Não sei"... mas a enquete já havia recebido votos e não podia mais ser editada.
  • considero um bom sinal não ter havido votos para a opção 4: pode indicar que professores já saibam que essas medidas burocráticas da escola tradicional - a suspensão, no caso - não se aplicam às ações de seus alunos em ambientes virtuais. Que nesses ambientes, as estratégias de relacionamento são outras. Enfim, que transpor o presencial para o virtual não é boa solução. Nem no presencial essa medida funciona!!!
  • a opções 2(25%) e 3(51%) denotam a vontade do educador em debater a questão. Sempre é bom conversar individualmente, mas também sempre é "muito" bom colocar questões polêmicas como esta  para o grupo de alunos e conseguir uma decisão compartilhada, o que a torna mais legítima. Ao optar por uma das duas (2 ou 3) o educador entendeu que a atitude do aluno era inaceitável, inapropriada e que esse comportamento precisava  ser discutido. Entendeu também que comportamentos em ambientes virtuais deve sim ser assunto a ser conversado entre alunos e professores. É currículo!
  •  as opções 5 e 6 me surpreenderam... e muito!
Aguardo comentários !!!

Um comentário:

  1. Olá, Sônia,

    Boa discussão! Fiquei aqui pensando no assunto e vejo umas brechas diferentes. Acho que as pessoas respondem o que lhes parece mais bonito, interessante, ético até. Não sei se, de fato, os professores afetados por algo assim promoveriam o comentário infeliz do aluno a currículo. Nem mesmo sei se merece ser diretamente elevado a evento. Na web, claro, uma declaração escrita dessa ganha força. Para os professores mais radicais, cabe até um processo judicial. No entanto, muitas e infinitas ocorrências como essa acontecem nas escolas todos os dias. Seria importante, então, elevar muitas delas a discussões sobre ética, diversidade, liberdade de expressão, etc. Não me assusto com quem ignora (talvez para não levantar a poeira ou porque realmente não se sinta afetado por isso). E não creio piamente que a vontade de tornar nobre a discussão seja mesmo executada em condições reais. grande abraço

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Sônia