Fez essa postagem do computador da sua casa, fora do horário das aulas, mas a escola aplicou uma penalidade a ele: uma suspensão.
Em sua defesa, a União Americana de Liberdade Civil considerou essa medida como uma violação do direito à liberdade de expressão do aluno. O diretor da escola - a Mesa Verde High - anulou então a punição. O comentário está bloqueado, de acordo com as leis federais e estaduais e o Código de Educação do país.
O que diz a mãe?
Em depoimento ao jornal San Francisco Chronicle, a mãe admite que o comentário foi inapropriado e justifica:
“(…) ele estava apenas desabafando, como todo mundo costuma fazer, sentado na grama durante o intervalo”, disse ela. “Alunos sempre vão comentar sobre seus professores. Eu não quero ele falando desse jeito a respeito de nenhuma figura de autoridade, mas não o bastante para um ato disciplinar que ficaria no histórico do garoto. Ele não representou nenhum tipo de perigo, (...)"O que VOCÊ faria? Para levantar esta questão aqui no Lousa, publiquei há uns dias uma enquete - obviamente sem valor de pesquisa - apenas para ter uma idéia do que os professores fariam em uma situação semelhante.
Agradeço muito aos 66 educadores que responderam.
Segue o resultado.
- O que você faria se um aluno seu a (o) chamasse de gorda (o) e escrota (o) no Facebook?
- Ignoraria 9 (13%)
- Conversaria com ele sobre 17 (25%)
- Promoveria debate em sala de aula sobre liberdade de expressão 34 (51%)
- Exigiria sua suspensão por 3 dias 0 (0%)
- Exigiria retratação via FaceBook 2 (3%)
- Postaria mensagem no FaceBook dizendo que ele é sem educação e escrotinho 4 (6%)
- fiquei assustada com o número de educadores - 13% - que optaram pela alternativa 1: ignorar. Quero acreditar que talvez fosse mesmo por não ter idéia do que fazer, como agir, já que o fato havia acontecido no "virtual" e não no presencial. Inclusive, recebi uma sugestão pelo Twitter pra colocar a opção "Não sei"... mas a enquete já havia recebido votos e não podia mais ser editada.
- considero um bom sinal não ter havido votos para a opção 4: pode indicar que professores já saibam que essas medidas burocráticas da escola tradicional - a suspensão, no caso - não se aplicam às ações de seus alunos em ambientes virtuais. Que nesses ambientes, as estratégias de relacionamento são outras. Enfim, que transpor o presencial para o virtual não é boa solução. Nem no presencial essa medida funciona!!!
- a opções 2(25%) e 3(51%) denotam a vontade do educador em debater a questão. Sempre é bom conversar individualmente, mas também sempre é "muito" bom colocar questões polêmicas como esta para o grupo de alunos e conseguir uma decisão compartilhada, o que a torna mais legítima. Ao optar por uma das duas (2 ou 3) o educador entendeu que a atitude do aluno era inaceitável, inapropriada e que esse comportamento precisava ser discutido. Entendeu também que comportamentos em ambientes virtuais deve sim ser assunto a ser conversado entre alunos e professores. É currículo!
- as opções 5 e 6 me surpreenderam... e muito!
Olá, Sônia,
ResponderExcluirBoa discussão! Fiquei aqui pensando no assunto e vejo umas brechas diferentes. Acho que as pessoas respondem o que lhes parece mais bonito, interessante, ético até. Não sei se, de fato, os professores afetados por algo assim promoveriam o comentário infeliz do aluno a currículo. Nem mesmo sei se merece ser diretamente elevado a evento. Na web, claro, uma declaração escrita dessa ganha força. Para os professores mais radicais, cabe até um processo judicial. No entanto, muitas e infinitas ocorrências como essa acontecem nas escolas todos os dias. Seria importante, então, elevar muitas delas a discussões sobre ética, diversidade, liberdade de expressão, etc. Não me assusto com quem ignora (talvez para não levantar a poeira ou porque realmente não se sinta afetado por isso). E não creio piamente que a vontade de tornar nobre a discussão seja mesmo executada em condições reais. grande abraço