31 de janeiro de 2011

Quem tem medo da Internet?
Poder e Educação


Todos vocês, certamente, estão acompanhando a crise no Egito e as medidas que o governo de lá tem adotado em relação à Internet e às mídias sociais. 



 Mas, afinal, por que a Internet amedronta tanto o poder político?

Sei que a pergunta pode parecer simplória, ingênua, mas, em se tratando de restrições à liberdade, de censura, é sempre bom relembrar, retomar e fundamentar as explicações. Vamos lá? Vou recorrer ao especialista.

Manuel Castells,
sociólogo espanhol e
um dos mais relevantes pesquisadores da web, em recente entrevista respondeu:

Porque o poder sempre esteve baseado no controle e, às vezes, na manipulação da informação. O grau de autonomia das pessoas para se comunicar, informar e organizar suas próprias redes de sociabilidade é muito mais potente com a internet. Ela é a construção da autonomia da sociedade civil. Os governos sempre tiveram horror a isso.


Agora as pessoas também podem vigiar os poderosos

Em outro trecho da entrevista, Castells afirma, em relação ao período pré-internet:

Os poderosos vigiavam os demais porque tinham os meios e a capacidade de fazê-lo. Mas agora as pessoas também podem vigiar os poderosos. Qualquer jovem com um celular, se vê uma personalidade política fazendo algo inconveniente, pode imediatamente difundir a cena. Hoje os poderosos têm que se esconder, sua vida é mais transparente, mas não há um controle, apenas vigilância.


 O Poder e a Educação 


Castells continua:  

Aos políticos só interessa o poder. Não lhes agrada que (cidadãos) se organizem e que sejam autônomos.

Enquanto isso, nós, educadores, o que mais queremos é que os jovens (e todos as pessoas)  se integrem à sociedade, exerçam sua cidadania, se mobilizem, sejam protagonistas e e tenham autonomia para se comunicar, informar e organizar suas próprias redes de sociabilidade.  

Daí, a importância - e urgência - de todo educador se dedicar a conhecer mais de perto a natureza da Internet, seu potencial informativo, comunicativo, interativo, buscar conhecer questões relacionadas à neutralidade da rede. E, obviamente, incorporar todas essas potencialidades ao seu plano pedagógico. 

É fundamental que todo educador se coloque como um educador da e na era digital. E que fique claro que não é para fazer nenhuma revolução...já está claro que hashtags não derrubam governos,como podemos constatar no excelente post do @tdoria no seu blog. 

O motivo é mesmo ser responsável e estar preparado para educar na cultura digital. Nossas crianças merecem e precisam!




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Sônia