Todos vocês, certamente, estão acompanhando a crise no Egito e as medidas que o governo de lá tem adotado em relação à Internet e às mídias sociais.
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Mas, afinal, por que a Internet amedronta tanto o poder político?
Sei que a pergunta pode parecer simplória, ingênua, mas, em se tratando de restrições à liberdade, de censura, é sempre bom relembrar, retomar e fundamentar as explicações. Vamos lá? Vou recorrer ao especialista.
Manuel Castells, sociólogo espanhol e um dos mais relevantes pesquisadores da web, em recente entrevista respondeu:
Porque o poder sempre esteve baseado no controle e, às vezes, na manipulação da informação. O grau de autonomia das pessoas para se comunicar, informar e organizar suas próprias redes de sociabilidade é muito mais potente com a internet. Ela é a construção da autonomia da sociedade civil. Os governos sempre tiveram horror a isso.
Agora as pessoas também podem vigiar os poderosos
Os poderosos vigiavam os demais porque tinham os meios e a capacidade de fazê-lo. Mas agora as pessoas também podem vigiar os poderosos. Qualquer jovem com um celular, se vê uma personalidade política fazendo algo inconveniente, pode imediatamente difundir a cena. Hoje os poderosos têm que se esconder, sua vida é mais transparente, mas não há um controle, apenas vigilância.
O Poder e a Educação
Castells continua:
Aos políticos só interessa o poder. Não lhes agrada que (cidadãos) se organizem e que sejam autônomos.
Enquanto isso, nós, educadores, o que mais queremos é que os jovens (e todos as pessoas) se integrem à sociedade, exerçam sua cidadania, se mobilizem, sejam protagonistas e e tenham autonomia para se comunicar, informar e organizar suas próprias redes de sociabilidade.
Daí, a importância - e urgência - de todo educador se dedicar a conhecer mais de perto a natureza da Internet, seu potencial informativo, comunicativo, interativo, buscar conhecer questões relacionadas à neutralidade da rede. E, obviamente, incorporar todas essas potencialidades ao seu plano pedagógico.
É fundamental que todo educador se coloque como um educador da e na era digital. E que fique claro que não é para fazer nenhuma revolução...já está claro que hashtags não derrubam governos,como podemos constatar no excelente post do @tdoria no seu blog.
O motivo é mesmo ser responsável e estar preparado para educar na cultura digital. Nossas crianças merecem e precisam!
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Sônia