Enfim, há um clamor público para que a escola mude, esteja mais conectada ao mundo, no caso, ao mundo digital. E é senso comum que o ator principal para iniciar essa mudança seja o professor.
Entretanto, fazer essa mudança não tem se mostrado uma tarefa simples: via de regra, o que vemos é o professor trabalhando de uma maneira ainda resistente a uma incorporação efetiva, inovadora, dos recursos que as novas tecnologias da informação e da comunicação oferecem.
Os motivos são vários, complexos e até compreensíveis: muitas vezes, o professor até tem uma atitude positiva em relação à tecnologia, mas, na prática, acaba muitas vezes reproduzindo modelos didáticos tradicionais, influenciado fortemente por sua concepção original do processo ensino-aprendizagem.
Há uma frase- de que gosto muito – que pode ilustrar bem um comportamento comum a muito professores ainda hoje, e que também torna a adesão a essas “novidades” um pouco mais difícil:
"Os professores preocupam-se, muitas vezes, demasiadamente com as aulas do dia seguinte, com o que se passa “dentro do barco”, e esquecem-se de perspectivar o futuro, de tentar descobrir “a rota do barco”.
Essa frase apareceu ainda em Fevereiro de 2000 no Seminário Internacional “Encontros, Percursos e Recursos – as TIC na Escola” (Nónio - ESE de Setúbal)
Sônia Bertocchi, adorei o seu texto e até lembrei-me de uma história mais ou menos parecida: sobre um professor de Ciências que, em pleno momento de um eclipse, resolveu dar continuidade ao seu programa para não atrasar a matéria, perdendo assim a oportunidade para uma aula fora de sala em ocasião inusitada. Nós professores precisamos desse tipo de "alerta", como propõe o seu belo texto "A rota do barco" para implementarmos as mudanças que são necessárias e indispensáveis nesta sociedade em veloz metamorfose. Grande beijo.
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